quinta-feira, 19 de maio de 2011

O homem que não mentia.

 4:00 am, Nova York. Me preparo para assumir um cargo importante em uma empresa, serei vigilante da K.G.B empresa que administra grandes construções, para muitos, ser vigilante não é muita coisa, e eu realmente não não quero morrer como vigilante. Meu chefe o Sr. Hudson era um carrasco, desconfiava de tudo e de todos, mas eu tinha pena dele, um velho que cheirava a queijo estragado, não tinha mulher nem filhos, estava sujeito a morrer só, amargurado em seus próprios erros.
 Meu objetivo dentro da K.G.B era roubar o cargo da presidência de Tavinho, um colega da escola que estudou comigo ainda no Brasil, ele filho do dono da K.G.B ia para Nova York todos os anos, uma pessoa extremamente fútil, vivia rodeado de adoradores do dinheiro, e eu tinha conseguido o acesso aos E.U.A com muito sacrifício, estudava e trabalhava seis dias da semana, só descansava no domingo, merecia muito mais o cargo.
 Durante três meses fiquei a espera de uma oportunidade para poder lançar meu projeto de urbanização ecológica, queria mostrar meu trabalho, mandei por E-mail para a empresa mas nunca recebia resposta, percebi que os projetos que a empresa fazia eram semelhantes aos meus, mudavam em algumas poucas coisas, eu estava fazendo um trabalho sem remuneração e sem reconhecimento, isso só fez meu ódio aumentar ainda mais, o Sr. Hudson sofria de todas as doenças que a idade traz com ela, mas nunca se ausentava do trabalho. Precisava tirar aquele velho do meu caminho, numa inspeção de rotina plantei uma substancia explosiva na bolsa dele, ele foi demitido e como eu era o mais preparado assumi o cargo, e com essa frieza fui derrubando todos que estavam em meu caminho, passaram-se 5 anos, e eu estava há um passo da presidência, todos me admiravam e me respeitavam, Tavinho estava virando um amigo, então eu me perguntava, será que vale a pena derrubar ele também?
 Eu era realmente o melhor para aquela empresa, mas isso não me dava o direito de acabar com a vida de outra pessoa, mesmo assim, com a minha psicopatia,continuei com as minhas verdades, engolindo sapo após sapo a espera da oportunidade para tirar Tavinho do meu caminho.
 Estavamos bêbados voltando para a casa a noite no meu carro, eu provoquei um acidente com a morte dele garantida, mas eu falhei, e ele dormiu em meus braços em baixo da chuva que caia, e no outro dia estavamos trabalhando juntos, todos os funcionários que eu tinha tirado da K.G.B descobiram minhas tramoias e se juntaram para me tirar do poder, porém Tavinho me defendeu de todas as acusações, não o matei, mas tomei toda fortuna que ele tinha de modo silencioso e deixei a empresa com uma divida impagável, sai de Nova York e quando eu acordei estava em Dubai com outro nome, outra identidade e sem mentiras só com as minhas verdades.

(Álisson Bonsuet)

Nenhum comentário:

Postar um comentário